Queria hoje abordar um tema que está polarizando a opinião pública nos Estados Unidos, no Brasil e em vários outros países, que é o aborto.
Há anos acompanhamos essa
polêmica que visa abertamente legalizar a matança de nascituros, mas cujos
protagonistas escamoteiam dois aspectos cruciais do assunto.
O primeiro aspecto é o ódio satânico
do lobby abortista contra o ser humano em gestação. Ódio sim,
porque se trata de um monstruoso assassinato dum ser completamente
indefeso e inocente.
A argumentação ultra batida é:
"Mas... e se a criança for concebida num estupro"?
Ainda aí nada justifica esse
assassinato, porque a criança não tem culpa de ter sido gerada.
Evidentemente, a mulher
estuprada deve ter todo o apoio das autoridades e da sociedade, pois o
estupro é um trauma que marca toda uma vida. Mas trauma maior será ela
consentir em abortar: carregará até o fim da vida o peso de consciência de
ter tirado a vida de um ser inocente.
Chama muito a atenção que ao
estuprador – de longe o maior culpado – é poupada a pena de morte, entretanto imposta
ao nascituro. Que lógica infame é essa?
Outro aspecto dessa polêmica é
considerar sempre inocente a mulher violentada. Muitas e muitas vezes será, como
por exemplo Santa Maria Goretti.
Mas não podemos fechar os olhos: hoje em
dia os trajes não estão nada inocentes... Ninguém pode afirmar com
honestidade que os trajes mínimos de hoje não têm um enorme papel no seduzir o
homem. Se esse se desborda e pratica o estupro, a sedutora nunca tem culpa?
É evidente que os casos reais
de estupro e de doentes com taras desse gênero são uma relativa minoria. O
mais comum nas relações carnais de hoje é uma relação impura, consentida
por ambas as partes, as quais não querem ter o ônus da paternidade. Então
procuram no aborto uma maneira de se livrar, pelo assassinato, do incômodo
gerado pelo pecado praticado.
Portanto, a principal causa da
desejada legalização do aborto é a liberação total do pecado contra o sexto
Mandamento. O que essa gente quer é PECAR CONTRA A CASTIDADE sem arcar
com os deveres do matrimônio cristão. Esta é uma realidade que os
abortistas escamoteiam hipocritamente.
Outro fato marcante é a falta
de energia com que o aborto é condenado – quando o é – na maioria das
pregações.
Por que omitir que o aborto fere
frontalmente o NÃO MATARÁS, quinto Mandamento da Lei de Deus? Por que
não dizer abertamente que, quem o pratica, está em estado de pecado mortal,
tornando-se assim inimigo de Deus, passível de ser condenado caso não se
arrependa e não se confesse antes de
morrer?
Quanta gente, sobretudo católica,
evitaria o pecado pelo temor do inferno!
Um religioso mole dirá: "Não
devemos falar assim! Isso afasta as pessoas da igreja e seria pior para elas!"
Não é o que diz as Sagradas
Escrituras. O livro Eclesiástico afirma: "Pensa nos teus novíssimos e não
pecarás eternamente!" ("novíssimos" são os temas sobre a Morte,
Juízo, Inferno e Paraíso).
Temos que dizer como São João
Batista a Herodes: “Não te é lícito ter a mulher de teu
irmão", pois este ainda era vivo e a relação era portanto adulterina.
Da mesma forma devemos dizer: Não te é lícito pecar contra a castidade e depois querer matar a criança indesejada!
Quanta omissão se faz nas
pregações sobre o sexto e o nono Mandamentos! O resultado é que hoje já
quase não existe o amor e o temor de Deus!
Esta é, talvez, a maior causa da
quantidade de pecados cometidos hoje, pelo uso pecaminoso da capacidade
reprodutiva com a qual Deus dotou a natureza humana. Ela foi criada primordialmente
para a procriação e assim gerar príncipes celestes, que após vencerem as provas
nesta terra, irão ocupar tronos no Céu.
Por que muitos dos Sacerdotes não
tomam a peito fazer uma imensa campanha da virtude da pureza, portanto contra
as modas imorais, com o objetivo de despertar as consciências contra o aborto?
Uma coisa é certa, e disso
deveriam se lembrar todos os católicos:
na hora da morte todos seremos julgados pelas nossas virtude, pelos nossos
pecados e também por nossas omissões.
Ao terminar este pensamento, caro
leitor, cara leitora, peçamos juntos: "Nossa Senhora de Fátima, apressai a
vossa hora e renovai a face da terra pelo triunfo do Vosso Imaculado Coração. E
ajudai-nos a trilhar o caminho do amor e do temor de Deus, e assim merecermos o
Céu".