quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O pior louco é o que quer ser

Das tais coisas difíceis de compreender é a assimilação que parte da opinião pública faz de modas objetivamente irracionais, grotescas e feias. Será que essas pessoas fazem uma observação séria, uma análise profunda e um julgamento objetivo de tais modas antes de incorporá-las aos seus hábitos? Não parece. O que aconteceu para uma moda que fere completamente os predicados da beleza como a estética, a integridade, a harmonia e, sejamos objetivos, afronta rombudamente a razão, ser aceita e generalizar-se? Andar de terno pela rua e ser olhado de cima para baixo, como se fosse um cavernícola, por alguém que ostenta ufanamente umas calças compradas, já rasgadas, em lojas de grife tornou-se muito comum. Mesmo a temperaturas baixas, sob vento frio, as pessoas agasalham o tronco, mas andam com calças rasgadas; e quanto mais rasgadas mais envaidecidas. Que lógica tem isso? Perguntadas não sabem o que responder. Usam-nas porque usam-nas e está acabado. Nem os moradores de rua são vistos, até agora, com tais roupas. Repare-se o público, ninguém critica; seria politicamente incorreto. Quem consegue induzir o público a agir assim? No entanto, atrizes e famosos muito bem pagos, a nova elite desse mundo decadente, ostentam com orgulho verdadeiras loucuras as quais são copiadas, com uma fidelidade fanática, por uma imensa parte do público. Até a grande mídia trata com a maior naturalidade e promove as modas mais estranhas, mais subjugadoras, mais extravagantes. Por que? Quem gera isso? Quem consegue aliciar de tal maneira as mentes a ponto de despertar nesse público uma verdadeira ufania da loucura? Chegaremos a ver carros zero quilômetros todo furados saindo das lojas? Móveis cheios de buracos expostos nas vitrines? Chapéus, sapatos e maletas rasgados à venda nos shoppings? Coisas loucas, hábitos “escravizantes”, comportamentos irracionais estão conquistando incontáveis mentes. No fundo a liberdade humana está sendo rapinada com métodos inteligentíssimos. Qual é o objetivo de tais conquistadores? Fazerem loucos voluntários? Sabemos que o pior cego é o que não quer ver. É verdade. Mas talvez não seja errado afirmar que o pior louco é o que quer ser?