quinta-feira, 2 de abril de 2020

Bios contra Mamon

O coronavirus está mudando a fisionomia do mundo. Mais precisamente as medidas preventivas estão mudando completamente a situação do mundo. Será razoável? Será proporcional? As autoridades divergem nas avaliações que fazem. Só uma coisa é sólida: o empobrecimento acentuado dos países. Veja só. Antigamente, nessas ocasiões, as orações se elevavam a Deus, em cerimônias promovidas pelo zelo do clero e pela fé dos fiéis. Pedidos ardentes e ininterruptos subiam ao Céu, até a obtenção da suspensão da epidemia, da catástrofe, da guerra. Hoje , não. As igrejas estão fechadas. Mesmo para a Semana Santa, parece que não serão franqueadas ao público. Por quê? Porque não se acredita mais que dessas celebrações se obtêm as grandes ajudas sobrenaturais. Até fontes de milagres como Lordes estão fechadas! Acompanhe-me, por favor, no seguinte raciocínio. Após o Concílio, o mundo moderno incutiu na população a ideia de que o mais importante é ter saúde e dinheiro. Mesmo dentro das igrejas, o maior empenho era pela vida, simplesmente, não pela vida humana que é espiritual, mas pela vida humana no que ela tem de “animal”. "Somos pela vida" era o que mais se ouvia. Além disso, a sociedade em geral sobrevalorizou a um grau extremo a ideia de que, além da saúde, o importante era ganhar dinheiro. A tal ponto que as pessoas transformaram a razão de ser de sua vida formarem-se em alguma especialidade afim de ganharem dinheiro, mais do que cumprir uma vocação dada por Deus. Quando ainda vivo, Dr. Plinio dizia que a sociedade estava cada vez mais paganizada, para ela Deus já não dizia quase nada. Mas a saúde e o dinheiro diziam tudo. Ele apelidou esse duplo interesse como personificado por dois deuses da mitologia pagã: Bios (o deus da vida, da saúde) e Mamon (o deus do dinheiro). Esses falsos deuses imperaram até há pouco. O Sínodo da Amazônia, conforme afirmado por Dom Claudio Hummes, estava preparando uma Igreja com nova fisionomia, não só para a Amazônia, mas para o mundo todo. Seria a igreja dos pobres, ela mesma pobre e miserável. São palavras dele na catacumba de Santa Domitila, por ocasião do Pacto das Catacumbas, realizado durante o Sínodo da Amazônia: "Todas as grandes maldades do mundo são por causa do dinheiro; é a corrupção, é o roubo, guerras, conflitos, são mentiras. Tudo para juntar dinheiro, para ganhar dinheiro às custas de qualquer coisa. O dinheiro é o grande inimigo de Jesus, pois você não pode servir a Deus e ao dinheiro." Estranha coincidência o fato de todas as medidas preventivas globais contra o Covid-19 serem de molde a empobrecer sensivelmente os povos. Mas como fazer a população mundial, ávida de dinheiro para ter seus prazeres grandes ou medíocres, se resignar a abrir mão do seu dinheiro, do seu dinheirão ou do seu dinheirinho? A estratégia foi jogar Bios contra Mamon, pois Bios é ainda mais forte do que Mamon no apego das pessoas. É melhor empobrecer do que morrer. Se este raciocínio for verdadeiro, não estranharia que as esquerdas tentassem de tudo para aproveitar essa tragédia e empurrar a população mundial rumo a uma pobreza cubana, ou venezuelana, ou e sobretudo chinesa, ainda que dando nessa direção pelo menos uns poucos passos. Verdade ou não, o que é certo aos olhos dos devotos de Nossa Senhora de Fátima é o descumprimento total dos desejos manifestados em Sua Mensagem, que era que os homens fizessem penitência e se convertessem de seus pecados. O que estamos vendo é a degringolada moral pasmosa que atingiu toda a humanidade. Hoje estamos com todas as igrejas, e até a basílica do Vaticano, fechadas. O clero católico se curvou diante de Bios e mostrou que sua fé é fraca, se é que ainda existe. Porque outrora eles iam para junto dos enfermos para atendê-los e confortá-los na hora extrema. E muitos morriam por se exporem heroicamente à contaminação, para o bem das almas. Como não poderia deixar de ser, Nosso Senhor Jesus Cristo está suscitando clérigos heroicos, com fé ardente e inabalável, capazes de não se vergarem diante de Bios nem de Mamon, nem do Covid-19, mas de cumprir heroicamente a sua missão de preencher os tronos do Céu com almas santas. É apenas uma minoria, mas que cresce a cada dia. Rezemos por eles a Nossa Senhora de Fátima, e que ela traga o quanto antes o triunfo do seu Imaculado Coração. E não permita a extinção da Santa Missa e dos demais sacramentos da única Igreja verdadeira.

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