quarta-feira, 20 de julho de 2016
Neocaverniculismo
Por razões de ofício viajo com muita frequência por vários Estados do nosso Brasil. E me admiro como em todos os lugares o nudismo vai atingindo um grau cada vez mais próximo do “total”. Dentro de não muito tempo vestir-se se tornará incompreensível. Aliás em não poucos lugares quase já o é.
À primeira vista o nudismo parece traduzir um anseio de vencer o calor asfixiante que, para quem está descendo dinamicamente essa rampa, a cada ano vai se tornando mais insuportável... É a justificativa mais empregada, para que a pessoa se despoje de suas roupas.
Contudo o inverno tem mostrado que isso não é bem assim. Assumindo uma conduta inteiramente ilógica, é frequente depararmos na rua em dias de baixa temperatura com pessoas fortemente agasalhadas, com capuz e os braços cruzados bem apertados ao tronco, mas exibindo os membros inferiores completamente nus e tiritando de frio. Que sentido tem isso?!
Seria um exagero dizer que se trata de uma aguda sensualidade pois visivelmente não é o caso. Então o que se passa?
A meu ver algo muito mais grave. Na medida que tais pessoas vão diminuindo gradativamente o uso de roupas, vão experimentando uma crescente sensação de libertação. Concomitante a isso vão adotando um abandono também gradual de formas de cortesia, de boa educação, de elevação e de compostura que são valores absolutamente não condizentes com o nudismo. Acima de tudo a religiosidade autêntica também se evanesce.
Essa transformação vai tirando de tais pessoas a força para voltar aos graus anteriores de educação e as induz por sua vez a se entregarem cada vez mais à simplificação, ao despojamento, à vida simples, enfim primitiva onde a cultura civilizada cristã é completamente abolida.
Quando os valores de elevação, sobretudo os valores religiosos, vão sendo rejeitados e excluídos de nossa vida, é ou não é verdade que, apesar de todo progresso técnico, nossa sociedade está no rumo de um neocaverniculismo?
É só olhar.
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